Estradas assombradas em Portugal: as 3 lendas urbanas que continuam a assustar condutores
Há caminhos aparentemente pacatos durante o dia, mas que à noite se transformam num palco de enigmas e aparições. Portugal, rico em tradições e lendas, transmitidas de geração em geração, guarda nas suas estradas algumas das histórias mais arrepiantes que já foram contadas.
Seja no nevoeiro de Sintra, nas montanhas do Piodão ou nas curvas sombrias de Alcains, existem três lendas urbanas que continuam a alimentar o imaginário de quem ousa viajar por estes locais.
1. Teresa Fidalgo: o fantasma de Sintra
Poucas lendas portuguesas são tão conhecidas e assustadoras como a de Teresa Fidalgo. Diz-se que, em noites frias e mergulhadas em nevoeiro, uma mulher de branco aparece à beira da estrada, a pedir boleia a quem passa. Há relatos de três jovens que afirmaram ter parado para ajudá-la e no meio do percurso, Teresa apontou para uma curva escura e murmurou: “Foi ali que tive um acidente… e morri.” Instantes depois, o carro despistou-se.
Nunca houve provas concretas da sua existência, mas esta história correu o país (e até o mundo). Lenda ou realidade, muitos condutores juram ainda hoje sentir um arrepio inexplicável ao atravessar certas estradas de Sintra à noite.
2. A estrada real do Piodão
No coração da Serra do Açor, ergue-se a antiga estrada real, que em tempos ligava Coimbra à Covilhã. Este caminho medieval, rodeados de penhascos e florestas densas, era famoso não apenas pela sua importância comercial, mas também pelos perigos que escondia.
Reza a tradição que, em noites de luar, condutores solitários ouviam passos atrás de si e sussurros vindos das ravinas. Muitos acreditavam que não era o vento, mas sim as sombras dos salteadores que antigamente assaltavam caravanas carregadas de sal, peixe e queijo.
Mesmo hoje, alguns aventureiros afirmam sentir a presença de vultos a observá-los, como se os fantasmas dos antigos ladrões permanecessem a proteger aquela zona.
Quem percorre esta estrada ao cair da noite raramente consegue resistir a acelerar, como se algo invisível os acompanhasse a cada quilómetro
3. A estrada do cruzeiro ensombrado, em Alcains
Em Alcains, distrito de Castelo Branco, existe uma estrada rural que ganhou a fama de estar amaldiçoada: a estrada do cruzeiro ensombrado. O nome vem de um antigo cruzeiro onde, segundo a lenda, um jovem apaixonado tirou a própria vida após um desgosto de amor.
Desde então, dizem que a sua alma não encontrou descanso e, à noite, alguns condutores relatam ouvir correntes arrastadas, choros e passos que os seguem pela escuridão.
Não é raro quem diga que a própria estrada parece conspirar contra os condutores, ao desviar carros ou tornando o percurso inexplicavelmente mais lento.
Entre o mito e a realidade, estas estradas assombradas continuam a fazer parte do imaginário coletivo português. São histórias que se entrelaçam com a paisagem, onde o nevoeiro, o silêncio e a solidão da noite parecem dar vida ao que muitos acreditam estar apenas nas lendas. Talvez sejam apenas ecos do passado ou talvez, quem sabe, algo mais.
